quarta-feira, 1 de junho de 2011

A incrível história do homem que pensou ter ganho na loteria



E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também vos exortamos a que não recebais em vão a graça de Deus. (porque ele diz: Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação). II Coríntios 6.1-2

João havia acordado cedo naquela quarta-feira, fazia sol, o dia estava bonito e havia uma atmosfera agradável. Sua casa não ostentava nenhum luxo, tudo era comum, mas era o melhor que um servente de pedreiro podia dar para sua família. O cheiro do café sendo preparado por sua esposa começava a se espalhar pela pequena casa enquanto João se vestia para trabalhar.

Naquela manhã ele se sentia muito bem disposto especialmente. Quase que instintivamente, sem saber porque, João já estava percebendo que aquele dia seria diferente, então com um sorriso típico de canto de boca, deu a primeira golada no café e logo depois pegou a marmita para se despedir. Na porta de casa ele ainda segurou delicadamente com as duas mãos a cabeça de sua esposa, olhou bem fundo nos olhos dela, deu um beijo em sua testa e deixou escapulir sem querer:

— Meu bem, um dia a gente acerta.

Ela fechou os olhos lentamente e fez sinal de positivo com a cabeça, abrindo um tímido sorriso. Pela rua João ia cumprimentando os amigos, no bolso esquerdo, como de costume, estava o último pedaço de pão que ele sempre guardava para dar para o Filé, um cachorro que perambulava ali por aquelas ruas. João parou em frente à banca para ler as notícias das capas dos jornais e entre uma chamada e outra ele se distraía brincando com o Filé que aguardava ansioso o mimo diário.

R$ 50 MILHÕES, João se impressionou com o prêmio que a loteria estava oferecendo, anunciado como notícia de primeira página em um dos jornais, fez uma piadinha com o dono da banca e seguiu seu caminho em direção ao trabalho.

O dia estava realmente começando muito bem, no trabalho o mestre de obras elogiava o João pra todo mundo e dizia que um dia ele seria seu sucessor, Adailton realmente o tratava como um filho e sempre que podia tentava orientá-lo da melhor forma.

Na hora do almoço João levou as contas de luz e gás para pagar na loteria e viu a enorme faixa relembrando o grande prêmio. Estava tudo tão perfeito, aquela sensação estranha de felicidade meio que incomodava o João e ele pensou consigo mesmo:

— Será que é hoje? Custa muito pouco tentar.

João foi escolhendo os números cuidadosamente, a data de aniversário de casamento, o número da casa onde morava e os dois últimos números do seu CPF. João entregou o bilhete para o caixa com um estranho ar de euforia.

Em casa já de noite, Rose, sua esposa, preparava o jantar e João esperava o jornal da televisão começar. Entre uma matéria e outra o homem da televisão anunciou para depois dos comerciais os números da loteria sorteados. João lembrou do bilhete e foi correndo pegá-lo no bolso do uniforme. A expectativa era grande, passou um bloco inteiro de notícias e João já estava nervoso quando o homem da televisão começou a falar sobre o grande prêmio e anunciar os números.

— Quatro.

João levou um baita susto, o primeiro número batia com o que ele havia colocado no bilhete.

— Onze.

O segundo também e ele chamou correndo a Rose. Número após número, todos iam conferindo com os números que estavam ali na mão do João que já não conseguia se conter de tamanha felicidade. João e Rose pulavam de alegria, se abraçavam, olhavam para o bilhete, se beijavam, gritavam. Estavam ali extasiados de felicidade nem sabiam há quanto tempo, quando ela lembrou do feijão no fogo, que agora já estava queimado, mas nem ligou, só foi na cozinha desligar o fogo e voltou correndo para o feliz João.

João nem dormiu, no dia seguinte mostrava para todo mundo o tal “bilhete premiado”, mandou até fazer uma moldura de vidro pra colocar na sala e exibi-lo orgulhosamente.

Volta e meia João ainda conta para seus amigos, todo orgulhoso, como conseguiu acertar todos os números da loteria. O detalhe desta história é que João nunca foi ao banco buscar o dinheiro, ficou tão encantado com o fato de ter acertado os números que até se esqueceu de reivindicar o dinheiro. Anos depois João continua levantando todos os dias para ir trabalhar como servente de pedreiro, o prêmio já expirou o prazo para ser retirado, algumas contas para pagar se acumulam às vezes em cima da geladeira, mas a moldura está lá até hoje, no lugar mais visível da sala com o bilhete exposto.


Moral da história: João é um personagem fictício, mas o que acontece é que por mais insólita que esta história possa parecer ela se repete todos os dias perto da gente e é fácil detectá-la. Pessoas entram e saem dos templos e igrejas, têm alguma experiência com Deus, às vezes se emocionam fortemente durante uma mensagem ou um cântico especial, sentem alívio de suas dores, muitas vezes são curadas e abençoadas, mas quase sempre se contentam apenas com isto.

Passam anos simpatizando com o Evangelho, exibindo orgulhosamente o status de pertencer a algum grupo religioso, mas dificilmente alcançam o “prêmio da soberana vocação”. Eu creio que somos salvos pela graça sim, não é porque merecemos, Deus em seu infinito amor, decidiu nos salvar por livre vontade através de seu filho Jesus Cristo, mas a resposta a esta salvação depende de cada um de nós. É preciso crer e mais do que crer, é preciso deixar o Senhor mudar a direção de nossas vidas.

Quando salvos, somos chamados a uma vida de santidade, de compromisso com Deus e seu Reino. Sentir-se salvo mas permanecer no pecado é o mesmo que acertar todos os números da loteria e não retirar o grande prêmio.

O Deus que nos chama à salvação e santidade te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

terça-feira, 31 de maio de 2011

A síndrome da prisão na existência




Uma grande parcela dos presidiários, que ficam encarcerados por longos anos, apesar do grande desejo de liberdade, são acometidos de um mal chamado de “Síndrome do Medo da Liberdade”. Trata-se do pavor, às vezes irracional, de sair da “segurança” da cela. Alguns já estão tão acostumados ao convívio social dos amigos presidiários, das convenções, regras e códigos de conduta da prisão a que foram submetidos que a liberdade passa a se tornar uma ameaça ao invés de um prêmio, gerando transtornos emocionais sérios ao se aproximar o dia de sair da prisão.

É o medo de não ser aceito, medo de não encontrar abrigo, medo de cometer novamente algum tipo de crime, medo de morrer, etc.

O que acontece é que nem sempre a prisão é física. As cadeias podem ser de ordem emocionais e até mesmo espirituais. São presos em si mesmos aqueles que tem medo de viver o novo, arriscar-se, experimentar a vida e se fazer percebido não pelos outros, mas por si mesmo, por sua própria vida, vivida em abundante liberdade. Projetos são travados, sonhos são interrompidos, decisões são adiadas porque, na maioria das vezes, temos medo de tomar decisões para sermos livres.

Algumas pessoas já sofreram tanto, estão a tanto tempo acorrentadas aos medos das traições do passado, das mágoas e das feridas que aqueles ao seu redor lhe causaram, que elas acabam construindo e somatizando muros emocionais e existenciais, prisões e grades para elas mesmas, para que ninguém de fora consiga penetrar suas masmorras de defesas e lhe causar mais dor. Tais pessoas colocam seus corações em verdadeiras gaiolas e não conseguem ter coragem de tirá-lo de lá.

Estas prisões tem nome e são geralmente conhecidas pela sensação de que não se conseguirá ser plenamente feliz na liberdade. Algumas pessoas vivem, de fato, presas ao medo de ser feliz, pois acham que experimentar felicidade é arriscado demais e podem acabar sofrendo alguma outra frustração ou falta. Acabam não se entregando inteiramente aos relacionamentos e compromissos por medo de abrirem a guarda e serem machucados e abandonados novamente. Eu já presenciei gente que não gargalhava porque tinha aquilo como prenúncio de algo ruim, uma espécie de “maldição” imposta pela vida, ou seja lá o que for, que infligia àquela pessoa um alto preço de tristeza algum tempo depois por cada vez que ela se permitia ser momentaneamente feliz. Então, para tal pessoa, era menos doloroso viver a monotonia da vida, do que a frustração provocada pela remoção da felicidade.

Entretanto, foi para a liberdade que Cristo nos chamou, a começar pela liberdade que vem pela verdade. Sim a verdade liberta! Mas quem tem medo da verdade não conseguirá ser livre de verdade.

A verdade é o caminho para a liberdade na vida e pela vida. Quem diz a verdade e vive por ela aprende a não temer mais nada. Quem perde o medo das conseqüências da verdade terá a liberdade de olhar nos olhos de qualquer um na existência e ter plena consciência de fazer a escolha correta sempre.

Não há como a vida em liberdade não ser um risco, somos alvo das coisas boas e das ruins também. Mas o apóstolo Paulo, no início da era cristã aprendeu a enfrentar qualquer situação, tanto de falta e escassez, como de abundância. Ele descobriu Aquele em quem ele podia todas as coisas, não na sua própria força em particular, mas na força, no dinamismo, Daquele que o fortalecia em todas as circunstâncias. Até mesmo preso, Paulo experimentou a liberdade que nenhuma cadeia no mundo consegue prender.

Nossa libertação vem daquele que não conhece cadeia, aqui ou no por vir, que impeça Seu poder de libertar a quem quiser. Ele é aquele que tem o nome pronunciável até mesmo pelos mudos, Sua voz pode ser ouvida por surdos e sua glória percebida por quem não possui olhos neste mundo. Antes que houvesse dia ou trevas, antes da própria existência, antes das coisas que não eram virem a existir, Ele é o que sempre foi e sempre será. Seu poder está para além da quantificação, seus dias são incontáveis e inumeráveis. Defini-lo é tolice, segurá-lo loucura, contê-lo impossível. Dar-lhe um só nome é reduzi-lo.

Senhor é o Seu nome, Imutável, Eterno, Rei da Glória. Ele é o que não conhece limites. Poderes e governos nada são diante do Ingovernável. Nele está a plenitude das plenitudes. Justo, Conselheiro, Amigo e Fiel.

Toda grandeza é como um nada, uma poeira diante Dele.


O Deus que liberta em plenitude te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!